Reminiscências do Nazaré

Antologia organizada pela Associação dos Ex-Alunos do Colégio Nossa Senhora do Nazaré
Conselheiro Lafaiete – 1996

A PALAVRA DO EDITOR

Prof. Alberto Libânio Rodrigues
Presidente da ACLCL

É com desmedida alegria que atendo ao convite da Associação dos Ex-Alunos do Colégio Nazaré, para editar uma obra tão importante (e inédita) como esta.

Há cerca de dois anos, Emília Siqueira (presidente da Associação) e eu começamos a sonhar com a realização de projeto dessa natureza, mas só agora pudemos alcançar sua consecução, dadas as dificuldades naturais para a realização de qualquer produção literária independente, num país onde a cultura, infelizmente, não está entre os gêneros de primeira necessidade. Não fosse o espírito de união e a colaboração particular de cada autor, na subscrição prévia de exemplares, este projeto estaria, ainda, viajando nas asas diáfanas do sonho.

Eu, particularmente, projetara, a princípio, lançar a história do Colégio Nazaré, da forma convencional, e cheguei a remeter o plano, há mais de dois anos, à diretora da Escola. O tempo passou, o projeto inicial foi ganhando novos contornos, e chegamos ao consenso de que a melhor maneira de fazer a historia pretendida seria através de uma Antologia como esta com trabalhos dos ex-alunos, focalizando sua vivência e suas impressões sobre o educandário. E, portanto, uma historia escrita a várias mãos, e com enfoques personalíssimos e exclusivos. É bem verdade que alguns autores optaram por apresentar trabalhos de temas diversos, que vêm, também, enriquecer e diversificar o conteúdo geral da obra.

Por isso, pelas dificuldades comuns dessas iniciativas, é que tenho de louvar, mais uma vez, o esforço de Emília Siqueira e de seus companheiros de diretoria, agora coroado de êxito, com o lançamento desta obra, nas comemorações dos 91 anos do glorioso Colégio “Nossa Senhora de Nazaré”.

Esta Antologia é, além de tudo, um ponto de encontro de ex-alunos desse tradicional educandário, orgulho das Gerais, onde cada um deposita seus sonhos, suas alegrias e seus momentos de doce nostalgia, rememorando o tempo feliz que viveu dentro desse celeiro do saber, responsável pela formação de três dezenas de gerações de profissionais, que emprestaram e emprestam o brilho do seu talento nos mais diversos campos da atividade humana, espalhadas por este imenso Brasil e em diversos países do exterior.

A fim de homenagear o Colégio Nazaré, de forma mais lírica, transcrevo aqui um excerto do poema épico-histórico Queluzíadas, de minha autoria, que diz assim:

Viera o Nazaré, colégio austero
Só frequentado pelas normalistas.
Todas viraram, num fulgor bem vero,
Grandes poetas, mestras e artistas;

Noventa anos de vida fecunda
Tornando mais sadia a juventude
O Nazaré vem da raiz profunda
Da bela Itália, na beatitude,

Das lrmãs da Divina Providência,
Modestas, pequeninas, carinhosas,
Cheias de fé, amor, benevolência,
Filhas da Caridade extremosas.