A história da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette tem suas origens, ainda que indiretamente, no Grêmio Literário Napoleão Reys, fundado em Queluz de Minas, entre as décadas de 20 e 30, no século passado. Era uma época de efervescência cultural na cidade que já havia sido cognominada por Nelson de Senna, no início daquela centúria, como cidade “dos livros e das flores”. A existência do Grêmio foi efêmera, mas o espírito sensível às letras e às artes em geral continuou a mover muitos queluzenses e lafaietenses, que voltaram a tentar se reunir em um sodalício na década de 80.
Passados cerca de 50 anos, o professor Alberto Libânio Rodrigues, que por meio do jornal Panorama, o qual dirigia, dava um novo impulso às manifestações culturais, começou a reorganizar a Academia Lafaietense de Letras, tendo, inclusive, começado a divulgar a biografia dos futuros acadêmicos nas páginas de seu hebdomadário e a formar a diretoria. Mas o ideal, por motivos vários, arrefeceu-se. No entanto, o professor guardou consigo o projeto e, dez anos depois, com um grupo de idealistas como ele, reorganizou o silogeu, com a denominação de Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette (ACLCL).
A ACLCL foi instalada em 18/09/1993, em sessão solene realizada no Teatro Municipal “Placidina de Queirós”. O evento integrou a programação oficial das comemorações do 203o aniversário da emancipação política do município. O presidente de honra da sessão foi o historiador Fenelon Ribeiro, membro do Instituo Histórico e Geográfico de Minas Gerais, empossado na cadeira 9. Naquela ocasião, foram aprovados os estatutos da entidade, elaborados por uma comissão formada por um grupo de 13 intelectuais, responsáveis pela organização da entidade. Também foram empossados 65 acadêmicos.
A princípio, a ACLCL era formada por 100 cadeiras, pois seus idealizadores desejavam que ela abrangesse todos os segmentos das ciências, letras e artes, por isso demandaria um número maior de vagas, a modelo, também, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. No entanto, após alguns anos, deliberou-se reduzir esse número para 80, a fim de reunir apenas os expoentes das ciências e letras que sejam, realmente, uma referência em sua respectiva área, não obstante o ideal fosse ter como paradigma a Academia Francesa, assim como o fez as academias Brasileira e Mineira de Letras, com 40 cadeiras…
Descrição do brasão da ACLCL segundo as milenares regras de Heráldica
Escudo sanítico, que representa a raça latina, terciado em faixa (cortado em três partes iguais). A primeira vermelha, esmalte “goles”, , representando a vitória a fortaleza e a ousadia; a segunda em prata, metal “argente”, representando pureza, integridade e firmeza, que traz sobre si um livro em traços negros, “sable”, esmalte da prudência, astúcia, rigor e honestidade, aberto e paginado a ouro, metal “jalde”, que representa a nobreza, a riqueza e o poder que têm as letras e as artes; a terceira verde, esmalte “sinople”, que, em heráldica, representa a esperança, a fé, a amizade, os bons serviços prestados, o amor, a juventude e a liberdade. O escudo está inserido num selo de ouro, com a designação e a sigla da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette – ACLCL em orla. Abaixo da sigla, a sua data de fundação. Tudo ladeado por dois ramos de oliveira de sua cor. Abaixo, um listel em vermelho com a inscrição latina que representa a divisa da academia: “Labore scriptisque ad immortalitatem”: pelo trabalho e pela escrita à imortalidade.
Douglas de Carvalho Henriques