Poetas Queluzianos e Lafaietenses
O CULTO DO PASSADO
Vivaldi Moreira
Terra feliz é Queluz de Minas, hoje Conselheiro Lafaiete, porque tem filhos dedicados que cuidam da memória material e cultural de sua gente. Sem passado, não há presente e muito menos futuro.
A história de todos nós, homens e instituições, garante não só a sobrevivência no fluxo do tempo, mas a própria existência física, palpável, atual de cada ser humano. Só os desatentos, digamos talvez com mais veemência, os descorteses ou incivis, deixam de pagar seu tributo a essa província incorpórea e sempre presente que é o passado, gênero de tudo o mais e motor que aciona a totalidade usufruída por eles.
Eis porque louvo a iniciativa da Escritora Avelina Maria Noronha de Almeida e do jornalista Carlo Menezes, que tomaram a peito reunir num volume a produção acadêmica dos queluzianos por mais de um século. E o fizeram com o maior entusiasmo, gastando tempo precioso na pesquisa das fontes e exumação de textos, de difícil acesso, só conhecidos por reduzido número de pessoas. E como são poucas aquelas que se interessam por tal tipo de documentação, podemos ajuizar a fatigante tarefa que levaram a bom termo.
É claro que os organizadores, em virtude do empenho posto na elaboração desta Antologia, despertaram a simpatia dos lafaietenses de boa vontade para a edição da obra e esse gesto precisa ser lembrando, quando se soma ao amor pela pátria pequena, que é a mensagem principal deste livro.
Não podemos esquecer que entre os nomes aqui reunidos se acham dois ilustres filhos de Lafaiete, membros da Academia Mineira de Letras, que tenho a honra de presidir: o poeta Djalma Andrade e seu irmão Moacyr Andrade, ambos meus amigos e a quem desejo, aqui, prestar minhas homenagens de admiração e saudade, quando são reunidos neste preito justíssimo de seus conterrâneos.
Mais de 150 autores em amis de um século de vida intelectual é um excelente índice da preocupação cultural da gente de Queluz, que lembra hoje o nome de um dos mais altos valores da inteligência e da cultura de Minas Gerais.
Minhas despretensiosas linhas na abertura desta polianteia não contém senão o mérito de louvar a iniciativa e evidenciar o apreço que a Academia Mineira de Letras dispensa aqueles que se empenham nesta luta pela preservação da memória de Minas Gerais.
Academia Mineira de Letras, 9 de setembro de 1991
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