Adeus ao confrade José Geraldo de Almeida
Conselheiro Lafaiete, 15 de junho de 2024
Discurso ao pé do esquife.
Caríssimos Amigos e Amigas, Familiares, Confrades e Confreiras,
Hoje, nos reunimos em um momento de profunda tristeza e reflexão para homenagear a vida e a obra do nosso confrade José Geraldo de Almeida, conhecido por todos nós como Geraldo Lafayette. Este é um dia de luto para a Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, pois perdemos não apenas um membro, mas uma verdadeira força viripotente.
Geraldo Lafayette, nascido em Conselheiro Lafaiete em 1969, filho de José Rodrigues e Maria Luiza de Almeida, trilhou um caminho iluminado e significativo. Desde jovem, seu espírito inquieto e criativo o levou a adotar o nome de sua cidade natal como um símbolo de seu compromisso com a cultura e as artes. Em Belo Horizonte, onde cursou Filosofia e Teatro, encontrou na arte uma forma de expressão e transformação social.
Ao longo de sua vida, Geraldo esteve profundamente envolvido com movimentos culturais em diversas cidades – Belo Horizonte, Contagem, Betim e Igarapé. Mas foi ao retornar à sua terra natal, em 1998, que ele consolidou seu legado. Fundou a Escola de Artes Cênicas, hoje conhecida como Casa do Teatro, e em 2000, deu vida ao primeiro Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete – FACE, evento que elevou a cidade ao cenário cultural nacional.
Sua paixão pela cultura não parou por aí. Em 2005, com a criação da SECULT – Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo, Geraldo tornou-se o primeiro titular, ocupando o cargo em três mandatos e deixando um legado duradouro. Seu livro “Mendigando Esperanças”, junto com suas crônicas, contos, artigos e poesias, enriquecem nossa literatura e são testemunhos de seu talento e sensibilidade.
Premiado e reconhecido, Geraldo recebeu diversas honrarias, entre elas a Comenda das Artes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e o diploma da Ordem dos Construtores do Progresso de Conselheiro Lafaiete, outorgado pela nossa Academia. Sua contribuição ao teatro, tanto como autor quanto como ator principal e coadjuvante, é um tesouro inestimável.
Em 30 de junho de 2018, tomou posse na ACLCL tendo sido recepcionado pelo confrade Paulo Roberto Antunes e sua inscrição ao pleito foi motivada por mim. Sempre julguei que Geraldo era um imortal por excelência, e não integrá-lo à ACLCL seria algo impensável, um erro histórico, já que somos uma entidade que valoriza as artes, os movimentos culturais e é um reduto dos principais intelectuais dessa terra.
Hoje, ao nos despedirmos de Geraldo Lafayette, reconhecemos que ele era mais do que um líder. Ele era uma ideia, um fenômeno, um farol que iluminava a todos. Sua obra e seu espírito continuarão vivos em nossas memórias e em cada canto desta cidade que ele tanto amou.
Apelo ao Poder Executivo Municipal para que preste homenagens à altura de sua grandiosidade. Que seu nome ecoe em praças, escolas, avenidas e ruas, perpetuando sua memória e impedindo que o tempo apague a grandeza de seu legado. Que nunca permitamos que o ostracismo alcance uma figura tão singular e tão importante para nossa cultura.
Geraldo Lafayette vive em cada peça de teatro, em cada verso, em cada iniciativa cultural que ele inspirou. Sua essência continuará a nos guiar, lembrando-nos sempre da importância da arte e da cultura como instrumentos de transformação e esperança.
Que descanse em paz, nosso eterno confrade.
Acad. Moises Mota da Silva – Presidente da ACLCL.
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