Faleceu a Acad. Avelina Noronha
A Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette manifesta seu profundo pesar pelo passamento da Acadêmica Avelina Maria Noronha de Almeida.
Nascida em Conselheiro Lafaiete no dia 13 de novembro de 1934, filha do jornalista Jair Noronha e da professora Maria Augusta Noronha, D. Avelina sempre esteve à disposição da cultura, das letras e das ciências. Em Lafaiete ajudou a fundar a ACLCL e ao longo dos 27 anos de atuação esteve sempre presente nas ações da entidade.
Escritora afamada tem trabalhos publicados em diversas coletâneas. É autora do livro Garimpando no Arquivo de Jair Noronha (2013), Relicário Irmandade de Santo Antônio de Queluz (2017) e organizadora das obras Poetas Queluzianos e Lafaietenses (1991) e Agenda de Santo Antônio de Queluz (1992).
Genealogista e Historiadora colaborou com diversas pesquisas no Brasil e Portugal através de seus blogs que contém ricos acervos ligados a Queluz de Minas e Conselheiro Lafaiete.
Além de pertencer ao quadro efetivo-fundador da ACLCL é membro da Academia Municipalista de Letras de MG, do Colégio Brasileiro de Genealogia e do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói-RJ.
Madrinha dos poetas queluzianos e lafaietenses sua passagem abre uma lacuna imensurável no campo cultural e histórico de Minas Gerais. Aos familiares e amigos nosso pesar, orações e preces.
Em respeito à sua memória fica instituído luto oficial de sete dias.
Acad. Moises Mota
Presidente da ACLCL
Primeira poesia escrita pela escritora
A ILUSÃO DA LUA
Veio a noite de mansinho
e a lua surgiu airosa,
indo mirar-se, vaidosa,
na lagoa do caminho.
Achou-se bela deveras
sorrindo com aire e orgulho
e, dando n’água um mergulho,
banhou-se toda em quimeras.
As horas foram passando
e os vagalumes piscando
pra lua cheia de vida,
Mas o sol, cruel, chegando
foi a ilusão abafando
e a lua tombou vencida.
***
Última poesia, escrita no leito hospitalar
DE UMA CAMA DE HOSPITAL
Oh! Vocês que são jovens, a doença,
as dores não feriram os seus dias
e não sentem ainda a cruel descrença
conturbando trabalhos e alegrias….
Aproveitem o tempo de sua vida
em que lanteja a mocidade bela
e que toda manhã seja vivida
na plenitude vista na janela….
Que sejam os seus dias bem fecundos,
cintilem no céu da noite outros mundos
trazendo suas mensagens de esperança.
para quem sofre e para quem se cansa
na realidade triste e tão banal
de uma insípida cama de hospital.
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Joarez Torres Daniel
Falar da imortal Avelina Maria Noronha de Almeida é muito fácil, pois temos uma imensidão de largas portas abertas ao nosso dispor; mas, ao mesmo tempo, difícil também,uma vez que quase tudo já foi falado por alguém.
Assim, prefiro usar a frase do amigo e escritor Paulo Roberto Antunes, que, penso, uma das melhores entre tantas homenagens merecidas à nossa inesquecíveis amiga. Disse ele: ” … e tudo o que dissermos será tão pouco, tão raso…”
Antes de falecer, conversando com dona Avelina, ela ficou muito feliz e emocionada por eu lhe pedir autorização para colocar um poema seu ” TEMPO ANTIGO” como abertura da terceira tiragem do meu livro – O Capitão das Sesmarias e o Porco-Diabo-
Assim, agora, além de prefeciadora do livro, ela terá, também, essa sua pérola a enfeitar a minha obra.
Obrigado por tudo querida amiga.
Joarez Torres Daniel.
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