Waidd Francis
Cadeira 06
Patrona Profa. Maria Augusta Noronha

Professor da FDCL

Isabel Godinho de Lima
Advogada e mestranda em Direito pela PUC-Rio.


Em meio a tantas dificuldades, fato é que as vacinas estão chegando. Desta forma, o bem maior está sendo preservado – a vida, e isso já é muito. Mesmo assim, os efeitos da pandemia mantém o momento instável e consequentemente delicado, seja no âmbito financeiro, político, psíquico, dentre tantos outros. A cada etapa vencida contra a pandemia outras incertezas surgem no cenário local e nacional.

Fato é que os problemas são muitos, mas teremos de escolher dentre aqueles, algumas prioridades. E sem dúvida, um problema que se agrava e necessita da atenção de toda a sociedade é com relação ao ensino.

Vários são os estudos que analisam e mostram o impacto negativo na aprendizagem e na vida escolar, provenientes do afastamento social como medida preventiva para conter a pandemia. O Banco Mundial prevê a piora na capacidade de leitura e compreensão de textos pelos estudantes. O Instituto Ayrton Senna e a UNESCO mostram preocupação com as consequências desse afastamento, principalmente com
relação à evasão escolar.

A educação à distância, mesmo que útil em determinadas situações, como ficou demonstrado durante a pandemia, não pode ser considerada uma solução permanente e acabada. O ensino à distância agrega muito como uma atividade auxiliar, mas não substitui o ensino presencial. Temos vários problemas a serem enfrentados: crianças e jovens, principalmente, precisam se sociabilizar com os colegas, isso contribui com o amadurecimento, com a estabilização da segurança emocional, com a percepção do outro e suas subjetividades e, ainda, traz os benefícios da alteridade.

E mesmo com todos os esforços possíveis, vale lembrar que nem todos os estudantes tem acesso a um serviço de internet com qualidade.

Os desafios não param por aí, além da pandemia, temos de pensar nas estratégias para a retomada das aulas de forma segura para todos, e na outra ponta, teremos de enfrentar no médio e longo prazo as consequências do baixo investimento em pesquisas pelos órgãos de fomento, e ainda o Homescholing, tudo isso com impacto direto não só no estímulo para o estudo e a pesquisa, mas também no desenvolvimento educacional dos jovens.

Precisamos criar um diálogo que possa envolver todos os atores que fazem parte desse tecido que compõem o universo escolar. As propostas devem ser analisadas e muito bem alinhadas.

Por outro lado, se nos empenharmos com a mesma energia empreendida na ajuda aos mais necessitados durante a pandemia, conseguiremos fazer muito pela educação.

Temos uma grande chance de avançarmos diante desse problema. A pandemia mostrou-nos o quanto somos inteligentes, criativos e principalmente solidários.

Importante ressaltar que mesmo reconhecendo todos os esforços de mães, pais, parentes próximos, professoras e professores, e também do Poder público, não resta dúvida que teremos um desafio muito grande pela frente. Como ainda não há nada de concreto sobre o quanto o afastamento social poderá impactar nossa vida e das nossas crianças e adolescentes com relação à sociabilidade, fato é que teremos de aperfeiçoar ainda mais a nossa escuta com relação aos problemas apresentados por eles e, principalmente, observar aqueles não tão aparentes, que muitas vezes nem são ditos.

*Coração de estudante – Milton Nascimento.

Em

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