Acad. Vanessa Verdolim Hudson Andrade*
Cadeira 24
Patrono Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira

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Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2020, Sala Virtual COGESMIG

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CUMPRIMENTOS:

Dr. Carlos Eduardo Amaral, Secretário de Saúde de MG, membro de nossa querida COGESMIG, que nos honrou, hoje, com oportunas e claras informações sobre o COVID 19 e sobre as VACINAS que estão chegando, para alegria de todos. Sua atuação é orgulho para MG. Visão para a realidade mas também o futuro.

Dra. Cláudia Hermínia de Lima e Silva, nossa Diretora Executiva, que idealizou este encontro.

Dr. Roberto Porto Fonseca, Diretor da ONCOMED, que acaba de inaugurar o grandioso Hospital do Instituto ORIZONTI, que nasceu com o propósito de ser um hospital de ponta, de alta tecnologia e que veio para fazer história, elevando o nome de Belo Horizonte na área hospitalar.

DR. Victor Hugo Lisboa (Diretor Financeiro da COGESMIG), Vice-Presidente da Central dos Hospitais, que tanto tem apoiado a COGESMIG. Seu apoio tem sido muito relevante para as nossas atividades.

Dra. Simone Letícia, nossa dinâmica diretora do Conselho Fiscal e a

Dra. Tânia Furtado, da Fundação Getúlio Vargas, do RJ, cuja presença sempre nos honra.

Dr. Fabio Bacheratti, da FHEMIG,

Acad. Moisés Mota, Presidente da ACLCL;

Avelina Noronha, consagrada escritora e historiadora, membro da ACLCL.

Margot Pioli, prefeita eleita de Andradas, minha 1ª comarca como Juíza.

Não poderia deixar de cumprimentar, também, o DR. Cláudio Prates e Wesley, nossos companheiros diuturnos de jornada e o DR. André, do Instituto Einstein, de SP.

Enfim, cumprimento a todos os membros da COGESMIG e a todos os que participam deste nosso encontro.

SENHORAS E SENHORES,

Alguém comparou esse isolamento da pandemia ao período de guerra, pelos horrores que está trazendo aos infectados e famílias, e também pelas consequências econômicas, sociais e psicológicas que vem acarretando. Refletindo sobre essa comparação da pandemia com a guerra, lembrei-me do “Diário de Anne Frank” e de seu isolamento em situação muito pior que esta que vivemos, pois ela, seus familiares e uma família amiga ficaram em isolamento por dois anos, em um pequeno porão de uma casa, sem possibilidade de sair e sem sequer poder fazer barulho, para não serem descobertos. Situação aflitiva e desesperadora, que nos faz repensar sobre o nosso isolamento e nos faz pensar nas famílias que perderam entes queridos, vitimados pelo novo coronavirus.

EMBORA SEJAM BEM DISTINTAS ESSAS DUAS SITUAÇÕES, há algumas comparações que podemos extrair, mesmo sem falar das vítimas fatais: a ameaça constante da morte pela pandemia é uma realidade, mas uma realidade absurdamente surda, estática, de medo interior, mas também muito impactante, principalmente pelas notícias da mídia, algumas manipuladoras, outras assustadoras, algumas maldosamente tendenciosas, outras realistas, tudo levando a uma resposta psicológica que pode chegar ao trágico.

A GUERRA, com potencial ofensivo mais brutal, bestial, que chega ao irracional, assusta muito mais, pelo temor das surpresas hostis, da maldade do homem quando se torna um inimigo, das bombas, do imprevisível, da violência. Não há como fazer um parâmetro verdadeiro e adequado, mas quando o isolamento, por si só, pela perda do abraço, do afeto, dos momentos de alegria, passa a atingir o intelecto, bem de longe podemos perceber, um pouco que seja, do que seria estar no lugar de Anne Frank e de seus familiares, naquele porão que se tornou o seu mundo durante dois anos.

Alguns, neste ano que se finda, perderam familiares, pessoas queridas, amigos, sendo essa perda irremediável.

Outros perderam o emprego, o seu ganha-pão, perderam oportunidades, sonhos, bens materiais e imateriais, que podem ser resgatados, repensados, ou de alguma forma recuperados. Ou não.

Isso nos faz repensar no que fizemos nesse período pelo próximo e se fizemos o bastante. Alguns, que estão na linha de frente nessa batalha contra a COVID 19, certamente não tiveram nem terão tempo para refletir sobre essa crise existencial que vivemos. O trabalho, o pensamento voltado para a batalha, não lhes dá essa oportunidade, envoltos que estão em sua nobre e envolvente tarefa. A esses os nossos agradecimentos e nossa admiração.

Outros, como inúmeros voluntários, arregaçaram as mangas para ajudar em diversos postos e diversos pontos sociais de necessidades cruciais.

Outros, porém, verão que fizeram bem pouco. Mas, na maioria, a solidariedade reinou. Buscou-se dar afeto, a ajuda ao próximo, de qualquer forma que seja. Não importa como. A solidariedade imperou, majestosa.

SOMOS HUMANOS, SOMOS AMIGOS, SOMOS SOLIDÁRIOS. SOMOS GENTE.

Daí eu penso: o que fiz, como pessoa, ou em algum cargo, em favor do próximo, na vida ou nessa pandemia?
BUSCAMOS LEVAR A PALAVRA AMIGA A ALGUNS, A OUTROS O AUXÍLIO MATERIAL.

À frente da COMISSÃO DE DIREITO HOSPITALAR DA OAB, buscamos discutir temas relevantes, chamamos a atenção para políticas públicas adequadas, travamos debates sobre soluções, levamos a nossa voz à mídia, implementamos campanhas para a obtenção de materiais de uso médico hospitalar, que no início da pandemia se fizeram tão necessários, como, por exemplo, a campanha para adquirir máscaras para uso hospitalar e para adquirir caixa acrílica de barreira física nos procedimentos de intubação, entre outros movimentos. Na comissão da pandemia da ACLCL estamos fazendo um acervo científico e social sobre a pandemia, sob a direção de nosso presidente Dr. Moisés Mota, para que fique registrado na nossa história. No COGESMIG, todos lutamos unidos, cada um em sua área.

Foi suficiente o que fizemos? Não creio. Poderíamos ter feito muito mais. Essa sensação, de impotência, também é humana e natural. Mas foi importante o que fizemos, visto em sua individualidade, já que, se cada um de um todo, fez algo, pequeno que seja, algum resultado benéfico gerou. E A SOMA É QUE DEMONSTRA O RESULTADO.

Nessa pandemia, algo ficou bem claro: todos crescemos, todos nos tornamos mais fortes, mais humanos, mais solidários. Essa lição restou de tudo, para a essência e a eternidade de cada um.

Acredito que a maioria está dedicando todos os seus esforços para ajudar aos necessitados, sejam próximos ou não. Certo que há uma minoria que só pensa na melhor forma de se dar bem, alguns até ilicitamente. Não pensemos neles. Vamos exaltar quem fez desse momento uma luta de sobrevivência ou de crescimento interior. Como muitos que estão aqui, que não precisam ser nominados, porque são conhecidos e se ALGUNS trabalham no anonimato, é porque assim querem. Mas a todos aplaudimos.

DEPOIS DE TUDO, VAMOS VALORIZAR A VIDA, VAMOS SER MAIS AMIGOS, VAMOS NOS DOAR MAIS.
Creio que apenas assim tiraremos de 2020, o ano em que o mundo parou, algo que sirva de reflexão para o resto dos dias de nossa existência.

Enfim, esta reunião marca um momento de alegria, em que estamos cercados dos melhores amigos, tratando-se de um momento de esperança. Esperança pela VACINA que chega, esperança por um ano de 2021 melhor, esperança de que seremos mais unidos, mais felizes e que iremos valorizar cada minuto de paz, de nossas vidas.

Isso é o que desejo para todos. Que superemos nossas angústias, nossos medos, nossas dores e que eles sirvam não para nos fragilizar, mas para nos fortalecer.

Agradeço a todos vocês, da COGESMIG e a todos que nos assistem, por fazer parte disso. E um bom 2021 para todos.

QUE SEJA PLENO E FELIZ.

Dra. Vanessa Verdolim Hudsom Andrade
Desembargadora do TJMG
Presidente da Comissão de Direito Hospitalar da OAB/MG
Diretora jurídica da COGESMIG
Membro-Efetivo da ACLCL

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